01 novembro 2013

Sessão

Cheguei 19h em ponto como previsto, entrei na terceira porta a direita como foi pedido e fui me acostumando com o breu daquele estúdio de fotografia. A sala era grande com equipamentos, cabos, acessórios. Escada, bancos, luzes, refletores; tudo mais o que você imaginasse tinha lá. Chamei por alguém de sobrenome estrangeiro. Ninguém respondeu. Já conhecia por nome aquele fotografo de moda; seria minha primeira sessão de lingerie, então sua equipe me chamou para uma entrevista antes, um bate papo para se conhecer melhor, para me deixar mais a vontade. Voltei a chamar, e me responderam:

- Nos fundos! Porta 2.

Abri a porta e entrei como se entrasse numa selva, me desviando dos filmes pendurados como se desviasse de galhos. Tudo escuro, só com uma luz vermelha.

- Você fica bem nessa luz. - disse a voz do breu.Estranhei o tom de voz, que por sinal estava rouca que continuou falando - Melhor irmos lá fora, aqui não veremos nada.

Voltei pelo caminho que entrei e quando virei, ouvi:

- Eu sou a K.Nacari, aceita alguma coisa? Água, café? Desculpe minha rouquidão, virei umas noites por causa de uma sessão e estou assim...

Fiquei petrificada. O famoso fotografo de moda intima, então é famosA? É uma mulher? Então é por isso que elas ficam tão a vontade. Me senti mais calma, me apresentei, mostrei meu book e conversamos um pouco.

Ela era muito engraçada, contando vários casos de sessões que deram errado: modelo que rasgaram roupas em poses ousadas, luz que queimava, vento que derrubou cenários... E tudo o que ela dizia ficava incrível com aquela voz rouca - nem sei de que lugar da minha cabeça surgiu esse pensamento. Num momento pensei que ela tivesse notado minhas bochechas rosadas viajando no som de sua voz que estava extremamente sexy.

Elogiei uma câmera antiga que estava em cima da mesa, ela perguntou se eu já tinha pousado para uma lente daquelas; respondi que não.

- Então é agora! É bom para você ir ensaiando as poses de amanhã! Bora lá!

Ela posicionou as luzes e refletores para o fundo infinito branco. Deixei minha bolsa e o resto das minhas coisas num sofá e fui fazer aquilo que mais amo.

- Pra começar abre esse primeiro botão da camisa e solta esse cabelo que você está social de mais, parece minha tia avó secretária.

Ri tão alto que minha risada ecoou pelo estúdio inteiro e ela aproveitou o momento de descontração para tirar fotos no momento em que explodia de alegria. Depois de algumas poses já estava mais a vontade e num impulso que surgiu sabe-se la de onde sugeri algo:

- Podíamos fazer uns testes de lingerie...

Desta vez quem ficou vermelha foi ela, que me abriu um sorriso com brilho nos olhos e disse que sim. Tinha que aproveitar meu momento, minha carreira podia crescer depois daquela sessão. Precisava aproveitar aquele dia, aquele conceituado nome que me fotografava para conseguir sucesso.

Ela sentou num banco alto atrás da câmera posicionada num tripé e comentou que havia um camarim aos fundos. Respondi que não tinha problema e comecei a me despir ali. Mesmo atrás da câmera, percebi que ela me olhava, senti um arrepio na espinha - nunca havia "tirado a roupa" para uma mulher e não achei ruim. Gosto de ter alguém me admirando - qual modelo que não gosta de ter o ego elevado?

Desabotoei bem devagar os botões da minha camisa azul escuro e aos pouco fui deixando meu sutiã vinho aparecendo, tirei a camisa e ela pediu para que eu ficasse assim, de saia com o sutiã. Sempre gostei também da ideia de alguém mandando em mim. Aquilo estava subindo para minha cabeça - de onde vinham esses pensamentos?

Ela ligou o som e a sessão foi rolando mais tranquila até eu tirar a saia.

- Deita no chão.

O chão gelado só me fez comprovar o quanto eu estava quente. Ela tirou a câmera do tripé e sentou do meu lado, fazendo meu coração bater mais rápido.

- Posso ousar? - fiz que sim com a cabeça e ela ficou "em cima" de mim. Suas pernas prendiam minha cintura e ela focava meu busto e meu rosto.

Eu estava em outro mundo. A voz dela, a música, a luz... Se fosse um fotografo eu teria ousado e abusado dele... Mas, para onde iria minha carreira depois? Ia ficar marcada, ou ia virar top? Aquilo era quase uma fantasia adolescente, mas, não era a minha.... Já tinha perdido o foco da sessão quando ela disse que o filme tinha acabado e falou que ia me mostrar como era feita a revelação.

Ela entrou na sala vermelha selva e eu fui atrás sem que ela percebesse. Ela disse que essa tinha sido uma das melhores sessões que ela fez, uma das mais divertidas e ficou surpresa ao olhar pra trás e ver que eu estava ali de calcinha e sutiã. Eu ri e disse:

- Ahh, você já viu tudo o que tinha para ver...

-Tudo não...

E num impulso animal, carnal, me joguei em cima dela e a agarrei, que me correspondeu pegando pelos meus cabelos e cintura. Nessa hora no estúdio Justin Timberlake cantava "I'm bringing sexy back"... Ahhh, sexy... Ela beijou meu pescoço e ia descendo para meu colo e meus seios com uma delicadeza e uma vontade...Via estrelas, estava em êxtase como nunca estive antes, acho que o proibido, o novo, o diferente, me motivaram... Sussurrei em seu ouvido:

- Pode pedir que faço a pose que você quiser...

Ela passou as mãos sobre minha bunda, fazendo que minhas pernas cruzassem sua cintura e me colocou sentada na mesa oposta. Nessa hora nada mais fazia sentido... Nunca tinha estado com uma mulher antes, nunca tinha sentido aquilo, mas, a mistura do ambiente, luz, voz, tudo aquilo me deixou louca e ficou mais fácil para continuarmos.

As mãos, bocas, pernas, tudo em sincronia, estava pronta para ficar nua diante daqueles olhos que me devoravam, quando ela me disse:

- Tive uma ideia! Espere aqui.

Óbvio! Para onde mais eu iria naquele estado? Eis que ela surge com sua câmera digital na mão. Ri como se já a conhecesse há tempos, já desconfiava daquilo.

Me senti a capa da Playboy Novembro 2013 com as poses que ela pedia. Tava muito divertido, porém, não era aquilo que eu queria, nem ela, que parou pouco depois e continuou me beijando: o pescoço e foi descendo, descendo, descendo...

As mãos dela tinham anos de experiência com máquinas, lentes, tripés e certeza que com outros corpos. Fui ao êxtase mais rápido que um flash, vi mais que estrelas, vi constelações inteiras enquanto ela invadia lugares que lente alguma alcançou. Naquele instante pedia mais uma, duas, três fotos, outras poses, outros ângulos, mas, que ela não parasse, continuasse capturando meus sentimentos mais íntimos naquele super close.

Já nem lembrava da nossa entrevista, da sessão do dia seguinte, da minha timidez de antes, queria fazer com que ela se sentisse tão bem quanto ela me fez; queria ensinar alguns ângulos que ela só conhece de fora.

[...]

A entrevista foi um sucesso! Se me perguntarem digo que foi incrível, a fotografa é excelente, capturou minhas emoções como ninguém.

No dia seguinte cheguei ao estúdio morrendo de vergonha. Cumprimentei a equipe, o pessoal da parte comercial da marca de lingerie e dei um sorriso discreto para a fotografa. Fui para o camarim me trocar, tomar uma água, tentar relaxar, pois, estava mais nervosa que o dia anterior. Vermelha e com o coração disparado. Estraguei tudo pensei. Bateram na porta, era a assistente da fotografa me dizendo que a Nacari queria que eu visse umas fotos no laboratório de revelação.

Fui sozinha com o coração na mão até os fundos; entrei pela porta 2 que me trouxe lembranças e arrepiou a espinha. Percebi que havia uma única foto pendurada, meu coração chegou na boca. Cheguei mais perto e era uma foto lindíssima: uma modelo sentada em uma mesa cobrindo os seios com as mãos - num cenário muito parecido com o de ontem, mas, não era eu. Ao lado tinha um recado:

- As melhores fotos nem sempre são registradas com as câmeras, ontem não tirei nenhuma foto sua, eu menti, pois, quis que você se soltasse, ficasse mais tranquila e funcionou muito bem. Me arrependo de não ter te fotografado ontem, pois, foi uma sessão incrível.

24 setembro 2013

Fogo

Pela janela do ônibus, admirava seu olhar, mesmo você no banco da frente, percebia o quanto você estava distante.

E se eu sorrisse pelo vidro, saberia que era para você? Ou pensaria que era pra outro?

Se soubesse que seu cabelo vermelho fogo provocou fogo em mim, desencostaria daí e sentaria aqui do meu lado, pois, tenha certeza que nesta noite vou te deixar no ponto.

13 setembro 2013

Sexta 13

Espero que nesta sexta-feira 13 você tenha a sorte de encontrar um gato preto que te leve para debaixo de uma escada

;)

20 agosto 2013

A mulher mais brava que o diabo conhecia

Era a mulher mais brava que o diabo conhecia: alta, magra e com um sorriso irônico estampado no rosto. Teimosa, silenciosa, pensativa, não dizia muitas coisas, mas, era pior que qualquer um do "bando de louco". Era do tipo de mulher que não olhava nos seus olhos, olhava dentro da sua alma, te devorava vivo, te fazia em mil pedaços. Tinha olhos de medusa, paralisantes; corpo de Eva - era como se fosse a primeira mulher que tivesse visto e cabelos escuros como a noite.

Com olhos claros e profundos, ela andava pelas ruas desafiando, admirando ou julgando todos que encontrava.

Imagine a mulher mais tentadora que você já conheceu: daquele jeito, com os cabelos, olhos e corpo como daquela que você nunca esqueceu... Agora imagine ela com um sorriso indecifrável como de Monalisa.

Sabe essa mulher? Essa mesmo, a "gostosa" de saia curta da cadeira ao lado, tenha certeza que essa não foi feita da costela de Adão; ela foi criada pelo ser lá de baixo, e vai fazer de tudo para você comer o pão que ele amassou.

05 agosto 2013

Mil pedaços

 
E eu quis te fazer em pedaços, do mesmo modo que você me deixou...
Meu reflexo na lâmina gelada da faca me chamava para um outro mundo,
Onde eu ia te fazer em mil...


Desejava passa-la sobre meu corpo, seu corpo, nosso corpo,
E te arranhar bem de leve para imaginar o que eu pensava,
Depois te faria um corte profundo para sentir o que eu sentia...


O reflexo me sorria, me tentava, me apoiava,
Seus olhos aflitos diziam o contrário
Desta vez não confiei em seus olhos, confiei nos meus..


Grite alto o quanto quiser, ninguém vai te ouvir,
Amarrado e amordaçado na minha cama.
Era a minha vez de ter o que eu quero e quando quero...


E dessa vez vou te faço em mil...


...

28 julho 2013

Eternidade

...

Ele então me segurou no colo enquanto passava minhas pernas em sua cintura, me empurrou na parede e senti minhas costas congelarem por conta da parede, ao contrário do resto do meu corpo que pegava fogo.

Enquanto ele passava a mão em minhas coxas, ia desabotoando a camisa preta que ele vestia - só ele sabe o quanto amo aquela camisa e o efeito que ela causa em mim - já não sentia mais frio, sentia arrepio na minha pele coberta pelo meu vestido verde de seda.

Arranhava suas costas enquanto ele beijava meu pescoço e ia descendo vagarosamente, calorosamente até meus seios. Eu via a luz, as estrelas, os anjos cantando; minhas pernas tremiam, meu coração acelerava e eu rezava para aquilo se estender por toda a eternidade.



22 julho 2013

Luxúria ( Isabella Taviani)

"Dobro os joelhos quando você, me pega, me amassa, me quebra, me usa demais...
Perco as rédeas quando você demora, devora, implora e sempre por mais...

Eu sou navalha cortando na carne, eu sou a boca que a língua invade
Sou o desejo maldito e bendito, profano e covarde...

Desfaça assim de mim que eu gosto e desgosto, me dobro, nem lhe cobro, rapaz!
Ordene, não peça muito me interessa a sua potência, seu calibre, seu gás...

Sou o encaixe, o lacre violado e tantas pernas por todos os lados
Eu sou o preço cobrado e bem pago, eu sou um pecado capital...

Eu quero é derrapar nas curvas do seu corpo, surpreender seus movimentos virar o jogo
Quero beber, o que dele escorre pela pele e nunca mais esfriar, minha febre..."


15 julho 2013

Seus olhos era tão profundos quanto a cicatriz que ele deixou em mim...

26 junho 2013

ONline...

        O ícone ficou verde quase meia noite. Online.
        Se conheciam há alguns meses. Trocavam recados e curtidas no facebook, mensagens tolas no celular e altos papos via skype.
       Ele morava na zona norte, ela na sul. Ele tinha 25 anos, santista, fazia administração com especialização nas áreas contábeis - ou algo do tipo que ela nunca entendia. Ela 22, amava natação e havia largado medicina veterinária, pois, não era forte o suficiente para algumas coisas desse cotidiano.
        A agenda, distância, trânsito, emprego, cursinho, faculdade e outros detalhes sempre os afastavam de um encontro cara a cara. Só haviam se visto uma vez na balada de aniversário de um primo de alguém.
       Chovia outro diluvio em São Paulo, vento forte, relâmpagos, mas, eles nem se importavam.
       A câmera do notebook dela focalizava algo que parecia uma foto 3x4, o rosto, um pouco dos ombros caídos, pescoço e seus cabelos loiros médio; atrás dela apenas a parede lilás. Do outro lado, exibicionista como era, estava sem camisa e dava para apreciar sua barriga sarada no ponto exato - nem muito, nem pouco, na medida ideal - e alguns posters colados na parede.
       No meio da conversa ela tentou alcançar algo fazendo com que seu note escorregasse para seu colo e como uma luz divina se aproximasse do seu decote - já analisado por ele anteriormente - com uma regata branca e alça vermelha do sutiã. Sem saber desse detalhe, ela continuou a conversa que acabou no segundo seguinte quando ele elogiou o detalhe da renda da alça.
       Ela deu um pulo na cama, onde estava sentada quando um clarão invadiu seu quarto, os trovões e relâmpagos não paravam.
       A conversa fluía tranquila, mas, com olhares e sorrisos que quase enganavam. Ia correndo pela madrugada assim como a chuva incessante. O assunto das 2 horas da manhã era o novo aplicativo do facebook, onde você podia "escolher" entre sua lista de amigos quem você "pegaria". Ambos concordaram em testá-lo e marcar algumas pessoas para saber no que ia dar. Não foi surpresa para ela ao receber um email do aplicativo falando sobre o interesse dele.
        Ele percebeu nas bochechas delas, que mudaram de cor de repente, que ela havia lido o email. Será que ela vai aceitar o convite, ou vai ficar de brincadeira?
       Os olhos dela não encaravam mais a câmera, sua face ainda permanecia rosada enquanto digitava: com quem ela falava? Por que não o respondia? A vergonha de um fora o deixou desanimado, ela ainda não havia respondido e estava muda ao questionamento dele.
        Ergueu os olhos, riu de uma maneira que ele jamais tinha visto e no minuto seguinte ele recebeu um email dela: era uma resposta positiva.
        Se olharam, sorriram e ele quis saber quando iam se encontrar, ela disse não saber, pois, estava em semana de provas, mas, podia dar um aperitivo a ele. Então levantou, colocou o notebook sobre a mesa, apagou a luz deixando só um abajour ligado. Ele ficou boquiaberto ao ver que ela só vestia uma regata branca, com o sutiã vermelho e um shortinhos listrado rosa bem claro, ele jamais tinha visto tanto assim. Colocou uma música baixinha e com ela fez uma dança hipnotizante.
       Com um sorriso malicioso no rosto dançava ora olhando pro chão, ora encarando câmera. Levantou sua mão em direção ao ombro e delicadamente abaixou uma alça da blusa, deixando amostra a vermelha do sutiã, fez a mesma coisa do outro lado. Subiu a blusa deixando a mostra seu umbigo e o escondeu, voltou a levanta-la e novamente o escondeu. Essa brincadeira de esconde-esconde estava o deixando maluco; sabendo disso, enrolou mais um pouco e tirou a blusa de vez, jogando-a contra a câmera do note.
        Continuava dançando, mas, agora de costas. Lentamente desabotoou o sutiã, e de novo jogou  na direção dele. Cobriu os seios com as mãos impedindo que ele os visse; ele nesse momento já estava com o coração acelerado, com calor espalhando pelo corpo e com as calças apertadas.
      La estava ela, sem o sutiã vermelho e shorts, mas, vestida com algo que ele rezou para que ela não tirasse: o sorriso malicioso.

18 junho 2013

Viva la revolución

Quando a bomba explodiu, corri pra rua escura e vazia onde havia um carro; dentro dele, escondido, ele estava. Eu de pé com bandeiras nas mãos, com o rosto coberto com o que sobrou de tinta, com medo, com frio. Foi ali olhando para aqueles olhos verdes que me perdi.

Já não me interessava o protesto, os gritos, as pessoas, a fumaça... Já tinha perdido a conta de quanto tempo ficamos nos encarando...

Outra bomba explodiu e com ela mais fumaça; não se via, nem sentia mais nada... Larguei as bandeiras no chão e ele me abriu a porta do carro.

Meu rosto coçava por causa da tinta, meus olhos lacrimejavam pelo efeito da bomba e meu coração acelerava por causa dele. Ele tirou a camisa e limpou meu rosto, meus olhos.

O calor e o cansaço eram intensos, tirei a jaqueta e segui aquela frase que diz: faça amor, não faça guerra. Jamais havia estava num carro com alguém, muito menos com alguém que acabara de conhecer.

Havia andado por mais de 3 horas junto a uma multidão de 30 mil pessoas, estava cercada por desconhecidos, policiais armados, com cachorros, cavalos, tropa de choque, porém, nada daquilo me fez sentir tão viva quanto o tempo que fiquei no carro. Senti minhas pernas tremerem, meu coração acelerar, meu olhos revirarem. Cravei minhas unhas nas costas dele e a cada momento que perdia o fôlego, dentro de mim uma máscara caia, a verdadeira eu acordava. A gigante adormecida dentro de mim ganhava vida e quando senti um calor me queimando por dentro, no ápice do momento gritei:

- Viva la revolución!


02 junho 2013

Para o demoninho de olhos negros

dedico este humilde texto.

Muito tempo se passou e muito do que ia te dizer se perdeu, mas, basta olhar para seus olhos que como numa máquina do tempo me transporto pro passado, para aquele sentimento: coração acelerado, arrepio na espinha, bochechas rosadas e o sorriso tímido de quando te encontrava.

Ainda não sei o que você desperta em mim... Seria um pecado? Preguiça por não querer sair do seu lado? Ódio, por não te ter ao meu lado? Inveja! De quem está ao seu lado? Gula!??! Por querer te devorar inteiro? Claro que a luxúria fica em primeiro lugar, né?
Você sempre foi o "muso inspirador" de muita gente, e com tamanha inspiração, como não escrevi nada antes para você? Injusto! Mas, peço que me perdoe agora, enquanto faço esta singela homenagem.

Quando eu te via era como se as portas do céu se abrissem e delas saíssem um anjo - perdoa-me se não fores crente o suficiente para acreditar que eles existem, ou se na sua religião não há nada parecido - perdia o ar, me dava até palpitação; tinha certeza que naquele minuto seria salva. Ou seria então um anjo vindo de outro lado, posto na Terra para nos tentar? Ahhh tentação... Confesso que pequei muitas vezes, todas as vezes que olhava para você; nunca me ensinaram a ser forte o suficiente e pensar: não, não, não!


Porém, não se preocupe, esta tardia homenagem é só um lembrete do efeito que você causa nas pessoas... E o agradeço tanto por isso... Às vezes só precisamos de um pecado pra terminar o dia bem...

31 maio 2013

Inversão de papéis

Vou ser feliz no dia em que o mundo "girar" de vez e nele as mulheres forem a raça dominante, e quando algum homem passar vou gritar : e ai delicia, queria lavar roupa nesse tanque! - e quando ele abaixar os olhos com vergonha, vou sorrir meu melhor sorriso.

27 maio 2013

Loiro...

Nunca gostei de loiro, nunca me atraiu... Nada, nadinha, achava tão sem graça, tão sem sal que quando alguma amiga dizia: "olha que gatinho aquele loirinho", eu nem perdia meu tempo olhando. Mas, um dia o inexplicável aconteceu, conheci aquele que mudaria to-tal-men-te o meu conceito.

Foi assim meio que de repente que ele surgiu, e parece que sabia do meu gosto, pois, apareceu vestido do jeito que me deixaria louca. Simpático, gentil, com uma roupa preta - devia ser o diabo me tentando... E eu ali de olho no moreno e me surge esse "loiro"? É o sinal do fim dos tempos.

A diferença é a cor do cabelo, mas, a semelhança fica nos desejos... Cuidado loirinho, não cruze o meu caminho de novo, pois, te jogo na parede e descubro se você é loiro por inteiro...

20 maio 2013

Fada madrinha

Era uma vez uma fada muito atrapalhada que ao vir pra Terra errou o figurino e ao invés de vir com vestido e vara de condão, veio com corpete e chicote, mas, mesmo assim prometeu realizar todos os seus desejos.

19 maio 2013

Bravo!

Não sei pelo o que sou atraída: se pelo talento ou pelo destaque em cima do palco.

Desta vez era um dançarino, e logo na primeira dança meus olhos como dois imãs se atraíram nele, que vestia um moletom rosa e quando deu um mortal para trás, o capuz de sua blusa encaixou perfeitamente nos seus cabelos médios e cacheados. Pronto, achei meu foco principal.

A cada passo, a cada música, via seu corpo em movimento e imaginava sua respiração ofegante, seus músculos tencionados e seu corpo suado. Mas, por favor não pare, continue...

Quando você não dançava, o show não tinha graça para mim, sentia falta de sua energia, de seu brilho, do seu ritmo intenso, queria estar ali e dançar com você e poder dizer: "the way you make me feel" - aquela música que dançou tão bem.

Por favor não pare, continue... Me inspire, me deixe novamente de boca aberta, dê outra pirueta, outro mortal, mas, volte aqui e me ensine isso tudo que você sabe, prometo te aplaudir de pé.

29 abril 2013

...

A puta que primeiro beijou as frias carnes do meu corpo, dedico como saudosa lembrança, estas memórias póstumas

25 abril 2013

Apaixonante...

"Queria todo dia, dar-te, poder-te, um beijo terno, um abraço gravata..."

Acho que na vida passada fui um roadie, ou um amplificador para nesta encarnação gostar tanto assim de músicos.

Conhecia a banda dele desde o ano passado, mas, nada de mais, porém, agora em outra fase da vida, mudei de opinião e hoje escuto o cd deles num looping frenético e compulsivo.

Lá estava eu domingo no meio do Anhangabaú lotado de gente pra ver o projeto "Toca Raul" e ele ali em cima do palco cantando e tocando divinamente bem.

Após o show estava passando atrás do palco - juro que foi sem querer- e quem vejo? Ele! Alto, simpático e magrelo - a combinação perfeita pra me deixar louca. Fui até ele tieta-lo, tirar uma foto, falar algo, e quem disse que abri a boca? Me senti como uma menina de 14 anos...(ri-dí-cu-la!) Ele me sorriu e foi como se eu o conhecesse há muito tempo. A simpatia, carisma, humildade, cara de bom moço, de menino novo, o deixaram ainda mais apaixonante.

Por mais que ele cante "eu não preciso de ninguém e é só comigo que eu preciso me dar bem...", eu sei que ele sofre em silêncio, que já enterrou vivo seu coração e hoje pode até estar morto, mas, saiba menino magrelo que os olhos famintos embaixo do palco te devoravam ao ouvir sua voz e sua guitarra. Não se espante se daqui alguns anos você tiver muitas fãs e mulheres encantadas pelas músicas que você escreve, só não se esqueça desta que te escreve e te deseja (hummm...) muito sucesso dentro e foras dos palcos.



08 abril 2013

Queria

... ser o seu violão, ficar encostada em seu peito e entre suas mãos.

Queria que você tocasse uma nota, uma melodia, uma coletânea completa, qualquer coisa, apenas toque...

Teria a plena certeza que você não conseguiria viver sem mim, sem me tocar, era só me ver ali no cantinho do seu quarto que já me pegaria em seus braços e faríamos músicas juntos. Também não me importaria nenhum pouco quando você me exibisse para os seus amigos, mas, nem ouse deixá-los encostar em mim.

Não me preocuparia em fazer sucesso e que o mundo nos conhecesse, me importaria mais em fazer história contigo, que você se lembrasse de mim, dos momentos que passamos juntos, das horas de inspiração, companhia e desabafo.

Mesmo que uma corda arrebentasse, ou que você conseguisse um modelo mais novo, eu sempre estaria na sua memória, toda vez que tocasse aquela música que você aprendeu comigo.


Dedicado aos músicos

05 abril 2013

Cuidado

... que um dia eu canso de só sonhar contigo e te agarro acordada.

27 março 2013

Espero

... que você termine o seu namoro... Não "espero" no sentido de: contar com isso, ter esperança de que isso aconteça... Espero no sentido de aguardar... Pacientemente, dolorosamente, insandecidamente pelo dia que você fique solteiro e eu possa estar ao seu lado.

;)


26 março 2013

Crepúsculo


"Se eu descer você suba aqui no meu pescoço, faça dele seu almoço, roa o osso e deixe a carne..."
( Zeca Baleiro)

Era essa frase que eu queria que você me dissesse... Depois que reparei no seu pescoço dei muito mais valor aos vampiros famosos.... Só queria dar uma mordida, um beijo... Quem saber fazer uma massagem pra aliviar sua tensão... Mas, eu fiquei ali que nem o pescoço entre a razão (cabeça) e a emoção (coração), o que fazer?

Perdida em pensamentos e na conversa da galera, tentei disfarçar, porém, não conseguia parar de pensar... Queria que a Lua Nova viesse e eu te transformasse, não daria certo, mas, eu mataria minha vontade...   ;)

03 março 2013

Talentoso

        Era para o show começar as 20h, atrasou uns minutos, mas, não liguei pois, há 5 anos tentava ir no show daquela banda, mas, não conseguia. Finalmente consegui e estava ali pertinho do palco deles e ansiosa para vê-los.

        Entraram no palco, tocaram,conversaram, mas, lá pela terceira música algo me chamou atenção: o baixista. Apesar dele ser alto, lindo, de olhos claros, cantar e tocar muito bem, o que atraiu minha atenção foi sua coxa. Não sei como mas, mesmo com uma calça jeans um pouco justa, consegui reparar no músculo da sua coxa - e não ouvi mais música alguma, só aquele músculo pulsava para mim.

        Não queria acreditar que ia "perder" o show que tanto esperei por causa de uns músculos: o dele que ali estava e o meu que explodia no peito.

       Não separei as músicas do show por ritmo, por cd, era por contração e extensão, contração... Extensão... A calça não era tão justa, mas, ficava perfeita na perna. Reparava na curva perfeita que se fazia ao lado, em cima do joelho e como um raio-x tentava imaginar o desenho de sua perna, será que ele era todo definido? Por um instante desejei ser um baixo, para estar ali abraçada a ele, entre seus dedos, no seu poder, ouvir sua voz cantando só para mim.... Queria um show particular que ele pudesse me mostrar o quanto era talentoso; queria ouvir suas letras, melodias, suas dores, ser sua musa inspiradora, sua groupie por uma noite.

        Os aplausos no final de uma música me acordaram do sonho que estava... Ali na minha frente, pulsando, contraindo diante dos meus olhos... A banda cantava: "hoje eu vou achar tua casa nem que eu bata em todas essas portas até encontrar, já sei seu nome...". Sorri por um minuto, pensei em invadir o palco, a casa, o camarim... Olhei pro vocalista e pensei: vamos curtir o show da maneira correta... Mas, que ele era um talento, ele era!

12 fevereiro 2013

Carnaval


      Desfilando atrás do bloco de rua pensei: bem que o rapaz que toca o surdo podia vir tocar na minha bateria, fazer minha baiana rodar. Deixo ele ser meu mestre sala, erguer minha bandeira enquanto a gente arrasa na evolução curtindo o samba enredo. Após o desfile tem a apuração; torça pra sua escola não ser rebaixada, pois, te esqueço que nem velha guarda e te curo que nem ressaca.

15 janeiro 2013

Cara, comi sua tia...

   Quinta-feira é um dos dias perfeitos pra encontrar os amigos, bater papo e tomar aquela gelada. O Leo chegou por volta das 20h, atrasado como sempre. Mal chegou e vários olhares se voltaram para ele - normal. Atrasado, atrapalhado, mas, sempre bem humorado assim era ele. Meu amigo de longa data, desde os tempos do colégio, mais de 15 anos e não mudou nada. Magrelo, largo sorriso, cabelo despenteado e sempre acompanhado de uma camisa xadrez.
   22h30 e já nem sei qual é o assunto. Fim da semana, fim do ano, fim da oitava garrafa... Foi ai que me lançaram a frase que me acordou do estado de inércia em que estava:


- Cara, comi sua tia!

   Meus olhos se arregalaram, coração acelerou, suei frio. Estendi a mão para pegar o copo, não peguei, engoli seco. Parecia que alguém tinha decretado 1 minuto de silêncio, então ele continuou:

- Foi só uma vez... A gente ficou um tempo, rolou...

   Preciso pausar esta narrativa para explicar que minha tia deve ter uns 3 anos a mais que eu, uns 32, quase uma irmã mais velha. Em mente vinha o Natal de 94, em que ganhamos camisa da seleção e formamos o melhor time com a turma da rua... Minha tia, minha irmã...

- Foi quando você e sua mãe moravam naquele sobrado e ela na casa ao lado - e ele continuou a narrativa.

   Teve a festa do Bruninho que fui e você não pode ir, porque ficou preso em uma reunião. Não conhecia ninguém, mas, quando cheguei a encontrei. Ela usava um vestido colado ao corpo, de alcinha que servia de balança, pois, você nunca sabe para qual lado vai pesar mais, o lado da frente ou de trás. A visão era paradisíaca em ambos os caminhos, mas, sempre fui apaixonado por decotes, ainda mais nas costas. Ele terminava justamente onde começava meu pecado: na bunda.
   Ficamos conversando um pouco sobre trabalho, viagens, sobre as pessoas na festa. Já era madrugada e a casa do Bruno estava ficando vazia, uns iam para casa, outros acabavam capotados no sofá e eu ali sem saber pra onde ia. Fizeram convites para emendar em outra festa, peguei meu carro, dei carona pra ela e fomos. No meio do caminho a gente percebeu que não era para ali que queríamos ir, na troca de olhar e no sorriso revelador dela descobri para onde levá-la.

    Não sei o que deu em mim, com o carro e o coração acelerado virei o volante com tudo e segui em outra direção. Silêncio. Alguns minutos depois vi um letreiro piscando em vermelho que me apontava um local, os olhos dela não brilhavam tanto quanto ele, não era ali que ela queria. Então ficou decidido: vamos pra casa. Enquanto dirigia ela colocou a mão no volante fazendo com que eu virasse em outra rua que não desse para minha casa e sim para a dela. Peguei a sua mão e a coloquei na minha coxa que lentamente subiu me deixando alucinado.
    Tanto na rua como no carro o farol tava verde, fluxo livre, para aproveitar aumentei a marcha e continuei. Em cinco minutos tava na casa dela, quando fechei a porta do carro o barulho me fez acordar e perceber aonde eu tava, não podia deixar meu carro na rua e se você visse? Acho que ela percebeu minha cara aflita e abriu a garagem.
   Pouca luz e com o final da segunda garrafa de vinho, estava no quarto dela, depois de ter passado muito bem na sala. Ela me sorriu e sentou na beira da cama, era um convite que foi aceito. Fui desabotoando a camisa enquanto ia em direção dela que tirava a sandália - vi o paraíso quando ela debruçou sobre o joelho para tirá-la e vi seu decote.
   Acordei com a claridade no quarto e a cama vazia. Tentei juntar os fatos e lembrar como fui parar ali. Vesti minha camisa que estava no chão e senti minhas costas arderem pelos arranhões que recebi, peguei o resto da minha roupa e fui colocando lentamente, ainda aproveitando as sensações da noite. Tinha sido uma ótima noite, eu acho...
   Ouvi um barulho fora do quarto, sai e passei pela sala. Na estante perto da televisão uma porção de fotos, até uma sua com ela com a camisa da seleção de 94, o que foi que fiz? Minha culpa foi embora no mesmo minuto em que a vi de camisola na cozinha.
   Ela encarou o chão, sorriu, me disse bom dia e me serviu café. Não entendia o porquê do riso dela, porque ela não me encarava? Fui embora sem entender, sem que você me visse e depois de três meses consegui contar isso para você.

   Depois que o Leo me contou tudo isso, eu ri como uma criança e até chorei, enquanto dizia pra ele:

- Era você então? Um dia desses minha tia tava contando uma noite de aventura que ela teve. Foi para casa com um "pegador", com o tal. Ele já tinha bebido todas e quando chegou na casa dela bebeu mais ainda, pois, tava bem nervoso. Quando subiram pro quarto ela fez uma massagem nele, e não deu outra, ele dormiu até o dia seguinte e nem mesmo com o gato dela arranhando suas costas, ele acordou.

Tu gosta...


“Tu gosta que eu sei
E não da pra negar
Vem que eu também gosto
E a gente vai se amarrar
Em qualquer lugar
Seja aonde for
O sexo está livre, não depende do amor
E eu deixo a minha semente em sua flor”