03 maio 2015

Enquadro

Parou seu Celta chumbo na porta da casa dela para deixá-la. Ela arrumava sua bolsa para descer e ele se preparava para fazer o mesmo. Porém, antes de saírem foram surpreendidos por uma viatura da polícia que parou em frente ao carro deles e ligou o farol alto, ofuscando a visão de ambos. Um dos policiais desceu com uma metralhadora na mão, o outro apenas com uma lanterna, enquanto o primeiro pedia para o casal descer do carro. Ambos seguiram as orientações deles; os oficiais revistaram o carro e disseram para terem cuidado, pois, havia acontecido um assalto ali perto e estavam revistando tudo para ver se não havia perigo; pediram para terem cuidado e não ficarem ali de bobeira.


A viatura saiu deixando eles sozinhos e ela com as pernas bambas, as mão e o resto do corpo seguiam o mesmo ritmo. Ele ria e achava graça, era a primeira vez que se viam, então cada momento era uma descoberta fascinante. Ele, como um bom moço, a acompanhou até a porta e foi dar um beijo de boa noite, ela o abraçou forte e sussurrou em seu ouvido:

- Não vou conseguir dormir sozinha esta noite, fica comigo.


Quem tremia agora era ele. Engoliu seco e aceitou o convite, estacionou melhor o carro e entrou na casa dela. Adentrou pela sala e foi dominado por um cheiro doce que parecia o perfume dela. Ela ofereceu algo para beber, mas ele não aceitou, pois, estava satisfeito com o que tinham comido no barzinho antes. Subiram para o quarto. Ela acendeu um abajur no chão e pediu que ele apagasse a luz e fechasse a porta. De costas para ela, ele fez o que foi solicitado. Ela o empurrou contra a porta e disse num tom bravo mandando nele:

- Abre as pernas moleque, que vou te revistar!

Ela começou a apalpá-lo da cabeça até os pés. Foi devagarzinho passeando pelo corpo todo. Massageou a cabeça, sentiu as orelhas e a nuca, ali aproveitou para beijá-lo e mordê-lo. Apertou os ombros e passou para as costas largas e desceu para a cintura. Passava a mão no peito dele e disse:

- Preciso me certificar que você não está armado.

Desceu a mão um pouco mais e apertou-lhe a bunda e foi passando a mão mais para a frente. Era uma arma! Sentiu o perigo arrepiar a espinha.

- Não vai ter jeito! Terei que te prender!

Pegou ele pelos braços e o jogou no sofá no canto do quarto iluminado pelo abajur. 

- Você tem o direito de permanecer calado, tudo o que você disser poderá e deverá ser usado contra você.

Ele ria, jamais pensou que a noite terminaria daquele jeito, ficou mudo e deixou ela continuar:

- Por porte ilegal de armas, você ficará preso por 3 anos, mas pode pagar fiança e sair amanhã.

- Qual a fiança?

- Passar a noite encarcerado aqui comigo!

- Ok, eu pago a fiança!

21 abril 2015

Desfaz esse nó em mim
Foi você que me amarrou aqui
Você que arrematou as coisas que eu sentia
Você que soltou e perdeu a ponta
E me deixou aqui a procura dela
 
Tem um emaranhado de coisas enroladas em mim
Não sei se me enforco, ou desfaço o carretel
Não sei se me enrolo de novo, ou corto a linha
 
Na minha colcha de retalhos, você foi o pedaço mais bonito que costurei.

08 abril 2015

Influência

Você foi a melhor coisa que apareceu na minha vida. Pois, com você aprendi a ser menos trouxa, mais egoísta, mais independente, mais mulher, mais fdp, mais cretina.

Obrigada por ter tentado tirar vantagem de mim, por ter me feito de imbecil algumas vezes, por ter me deixado com raiva, porque com tudo isso eu cresci e te agradeço.

Agradeço também por tudo isso que me fortaleceu, fez aumentar meu campo de força e meu campo de repelir pessoas junto com minha vontade de me isolar.

Obrigada,sua infantilidade me fez amadurecer, a sua burrice me fez mais inteligente, o seu egoísmo me fez ter mais amor próprio.

Espero que você influncie outras pessoas,pois, a mim não vai mais.