15 janeiro 2013

Cara, comi sua tia...

   Quinta-feira é um dos dias perfeitos pra encontrar os amigos, bater papo e tomar aquela gelada. O Leo chegou por volta das 20h, atrasado como sempre. Mal chegou e vários olhares se voltaram para ele - normal. Atrasado, atrapalhado, mas, sempre bem humorado assim era ele. Meu amigo de longa data, desde os tempos do colégio, mais de 15 anos e não mudou nada. Magrelo, largo sorriso, cabelo despenteado e sempre acompanhado de uma camisa xadrez.
   22h30 e já nem sei qual é o assunto. Fim da semana, fim do ano, fim da oitava garrafa... Foi ai que me lançaram a frase que me acordou do estado de inércia em que estava:


- Cara, comi sua tia!

   Meus olhos se arregalaram, coração acelerou, suei frio. Estendi a mão para pegar o copo, não peguei, engoli seco. Parecia que alguém tinha decretado 1 minuto de silêncio, então ele continuou:

- Foi só uma vez... A gente ficou um tempo, rolou...

   Preciso pausar esta narrativa para explicar que minha tia deve ter uns 3 anos a mais que eu, uns 32, quase uma irmã mais velha. Em mente vinha o Natal de 94, em que ganhamos camisa da seleção e formamos o melhor time com a turma da rua... Minha tia, minha irmã...

- Foi quando você e sua mãe moravam naquele sobrado e ela na casa ao lado - e ele continuou a narrativa.

   Teve a festa do Bruninho que fui e você não pode ir, porque ficou preso em uma reunião. Não conhecia ninguém, mas, quando cheguei a encontrei. Ela usava um vestido colado ao corpo, de alcinha que servia de balança, pois, você nunca sabe para qual lado vai pesar mais, o lado da frente ou de trás. A visão era paradisíaca em ambos os caminhos, mas, sempre fui apaixonado por decotes, ainda mais nas costas. Ele terminava justamente onde começava meu pecado: na bunda.
   Ficamos conversando um pouco sobre trabalho, viagens, sobre as pessoas na festa. Já era madrugada e a casa do Bruno estava ficando vazia, uns iam para casa, outros acabavam capotados no sofá e eu ali sem saber pra onde ia. Fizeram convites para emendar em outra festa, peguei meu carro, dei carona pra ela e fomos. No meio do caminho a gente percebeu que não era para ali que queríamos ir, na troca de olhar e no sorriso revelador dela descobri para onde levá-la.

    Não sei o que deu em mim, com o carro e o coração acelerado virei o volante com tudo e segui em outra direção. Silêncio. Alguns minutos depois vi um letreiro piscando em vermelho que me apontava um local, os olhos dela não brilhavam tanto quanto ele, não era ali que ela queria. Então ficou decidido: vamos pra casa. Enquanto dirigia ela colocou a mão no volante fazendo com que eu virasse em outra rua que não desse para minha casa e sim para a dela. Peguei a sua mão e a coloquei na minha coxa que lentamente subiu me deixando alucinado.
    Tanto na rua como no carro o farol tava verde, fluxo livre, para aproveitar aumentei a marcha e continuei. Em cinco minutos tava na casa dela, quando fechei a porta do carro o barulho me fez acordar e perceber aonde eu tava, não podia deixar meu carro na rua e se você visse? Acho que ela percebeu minha cara aflita e abriu a garagem.
   Pouca luz e com o final da segunda garrafa de vinho, estava no quarto dela, depois de ter passado muito bem na sala. Ela me sorriu e sentou na beira da cama, era um convite que foi aceito. Fui desabotoando a camisa enquanto ia em direção dela que tirava a sandália - vi o paraíso quando ela debruçou sobre o joelho para tirá-la e vi seu decote.
   Acordei com a claridade no quarto e a cama vazia. Tentei juntar os fatos e lembrar como fui parar ali. Vesti minha camisa que estava no chão e senti minhas costas arderem pelos arranhões que recebi, peguei o resto da minha roupa e fui colocando lentamente, ainda aproveitando as sensações da noite. Tinha sido uma ótima noite, eu acho...
   Ouvi um barulho fora do quarto, sai e passei pela sala. Na estante perto da televisão uma porção de fotos, até uma sua com ela com a camisa da seleção de 94, o que foi que fiz? Minha culpa foi embora no mesmo minuto em que a vi de camisola na cozinha.
   Ela encarou o chão, sorriu, me disse bom dia e me serviu café. Não entendia o porquê do riso dela, porque ela não me encarava? Fui embora sem entender, sem que você me visse e depois de três meses consegui contar isso para você.

   Depois que o Leo me contou tudo isso, eu ri como uma criança e até chorei, enquanto dizia pra ele:

- Era você então? Um dia desses minha tia tava contando uma noite de aventura que ela teve. Foi para casa com um "pegador", com o tal. Ele já tinha bebido todas e quando chegou na casa dela bebeu mais ainda, pois, tava bem nervoso. Quando subiram pro quarto ela fez uma massagem nele, e não deu outra, ele dormiu até o dia seguinte e nem mesmo com o gato dela arranhando suas costas, ele acordou.

Tu gosta...


“Tu gosta que eu sei
E não da pra negar
Vem que eu também gosto
E a gente vai se amarrar
Em qualquer lugar
Seja aonde for
O sexo está livre, não depende do amor
E eu deixo a minha semente em sua flor”