18 outubro 2016


Você me parece tão distante, intocável tanto em cima quanto fora no palco, não saberia como me aproximar, de longe te admirava e sentia seu ritmo dominando cada parte de mim. Começou me aquecendo e acelerando por dentro, um calor que foi se propagando pela minha pele até as extremidades do meu corpo, em menos de um minuto eu já estava dançando no seu tempo.

Tive vontade de abrir o resto da sua camisa e colar seu corpo suado no meu, te levar para aquele túnel escuro perto do palco e torcer para que você me jogasse na parede e me surpreendesse com um beijo no pescoço enquanto te agarrava pelos cabelos. Nossos corpos se entrelaçavam naquele suingue latino, minha cintura dançava ao encontro da sua e grudavam iguais ímãs. Sentiria seus dedos me percorrendo, me dedilhando como o teclado que você tocava antes.

As pessoas dançavam ao meu lado na pista e eu parada te observando, me imaginava pós show, após todo mundo ter saído, subindo no palco, sentando no teu colo, entrelaçando minhas pernas em você, ficando entre teu corpo e o teclado. Continua! Toca de novo. Toca aquela música que você sabe que gosto.

Alguém pisou no meu pé e acordei da ilusão que me encontrava. O calor da pista e a certeza de que estava com pensamentos errados me fizeram sair. Fui embora antes que o show terminasse, pois assim sempre teria a desculpa de voltar para o bis, pedir mais uma.

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