07 fevereiro 2017

Surfista

Sábado a noite estava sentada na areia da praia do Guarujá. Lua cheia no céu iluminava a paisagem, o som do mar indo e vindo como ioiô completava o que via. Ela foi transportada para outro lugar. Era daquilo que precisava, de paz, para recarregar a energia. Sentia que pertencia ali. Sentia seu corpo afundando cada vez mais na areia enquanto relaxava.

Algumas pessoas ainda estavam na praia, umas andavam na areia, outras nadavam - depois do calor feito aquele dia, a água parecia estar bem quentinha. No meio do mar, viu um rapaz surfando - maluco.

Ele saiu da água segurando sua prancha e foi em direção a uma toalha e outras coisas que estavam ali perto. Usava uma bermuda azul com detalhes em cinza e uma camiseta preta que foi tirada ao chegar na areia. Era alto, magrelo, sarado e mais tarde perceberia que o cabelo molhado daria espaço para cachinhos.

Fincou a prancha de pé num montinho de areia, pegou uma toalha, se secou e sorriu para a moça que o observava.

- Vai entrar? - perguntou o rapaz se aproximando.

- Não! Deve estar gelada...

- Tá nada! Está quentinha, calmo e tem poucas pessoas.

- Eu não sei nadar... Nem no quente, nem no frio... Gosto de sentar na areia, observar as pessoas e o lugar.

- Você analisa as pessoas então? - perguntou o rapaz desconfiado.

- Gosto de olhar - respondeu a moça - Reparar nos detalhes, na postura, no gestos, na paisagem, em tudo. É a primeira vez que venho nesta praia, então quero guardar tudo.

- Então vem comigo que vou te levar num lugar para você curtir mais a paisagem.

Ela ficou um pouco desconfiada, mas topou mesmo assim. Precisava tirar mil coisas da cabeça, uma conversa seria bem vinda para se distrair. Ele parecia ser mais novo que ela, tinha cara de bom moço, às vezes nosso sexto sentido acerta. Foi com ele, mas com um pouco de receio.

 Andaram pela areia branca e fofa da praia. Caminharam a beira mar; ela já descalça segurando sua bolsa e sandália nas mãos. Ele andava ao lado com sua prancha. Ela nunca esteve perto de uma, sabia que era grande, mas não imaginava que era tanto, e às vezes perdia o que o rapaz falava de tanto observar a mesma.

Observava também as costas largas do surfista, seriam anos de natação? Seu trapézio era bem definido assim como seu peito, era sarado, algo natural, não estilo monstro de academia. Tinha os braços largos, como seria ganhar um abraço dele?

Depois de uns 20 minutos conversando, chegaram no limite da praia onde estavam, as pedras os separavam da praia vizinha. 

- Cuidado que é um pouco escorregadio, mas eu te ajudo. - disse o rapaz estendendo a mão.

Subiram com calma, devagar, passo por passo, pedra por pedra até chegarem no topo do morro. Lá do alto tinham a vista de toda a praia, do horizonte azul do mar calmo e do negro da noite. Atrás deles, o calçadão com alguns ciclistas, prédios iluminados e quiosques fechados.

Lá de cima o rapaz disse que subia ali desde os 8 anos, que o pai incentivava e a mãe surtava. A família tem casa por ali, todo ano descem para o litoral e tiram uma foto dele em cima das pedras, esse tipo de coisa para dar orgulho para avó, ver quanto o neto cresceu. Ela ria ouvindo as aventuras que ele contava sobre cada pedaço daquela praia, e cada novo causo, ela relaxava mais e confiava nele.

Era noite, ainda fazia calor, porém a brisa dava um refresco. Ela fechou os olhos respirou fundo e sentiu aquilo que precisava: paz. Permaneceu em silêncio por alguns segundos e só abriu os olhos, quando ouviu:

- Eu também analiso as pessoas, e percebi que era isso que você precisava desde o momento que sentou na areia, antes de pegar minha primeira onda. - falando isso ele colocou a mão no ombro dela e começou uma massagem.

As mãos quentes e fortes dele tiraram toda tensão que ela carregava nas costas. Como ele sabia?

- Você precisa mesmo de uma massagem, e completa. Está muito tensa... Vem comigo!

Desceram as pedras pelo outro lado, para a outra praia mais escura e deserta. Ele foi na frente, e ela apoiava no ombro dele enquanto descia. Ficaram ali no cantinho, próximo as pedras, escondidos até da luz do luar.

Ele colocou a prancha no chão e pediu que ela deitasse de bruços em cima da mesma.

Começou massageando a cabeça dela bem topo com a ponta dos dedos, foi descendo até a nuca tocando espinha com os polegares, enquanto os outros dedos circulavam o pescoço descendo um pouco até o colo. O nó do biquíni dela atrapalhava, mas ele desviava os dedos. Com a palma da mão apertava as omoplatas, as pontas dos dedos agora percorriam a espinha inteira descendo e subindo. Massageou as costas devagar, desceu até a cintura causando um arrepio de leve. As mãos próximas ao cóccix foram descendo, passando pela prancha, para perto de umbigo, ele pressionou a barriga e a levantou, a transportando para longe dali. 

Ele estava sentado ao lado da moça, cruzou uma perna por cima e ficou entre as pernas dela.

As mãos desceram pelo culote e apalparam a parte interna da coxa, adentraram por dentro do mini shorts que usava. O toque quente dele fez a pele da moça ferver.

Os dedos dele entraram por baixo do shorts, um por um foram entrando até chegar ao bumbum. Ele massageava e apertava, os polegares foram descendo o topo daquele morro e chegaram no lugar mais úmido do corpo dela.

Como uma onda do mar, sentiu dentro dela um calor indo e vindo. O calor era crescente, aumentava a cada segundo. Os dedos escorregaram mais para dentro e ela se contorceu de prazer, mordendo os lábios deitada na prancha. Agarrada a areia, ela pediu que ele fosse mais forte, mais rápido e com aquilo fez uma onda de calor estourar nas pedras e na prancha, que a fez escorregar no liso e deitar na areia.

- Relaxou? - perguntou o menino.

Ela se virou sorrindo, balançou a cabeça dizendo que sim.

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