15 fevereiro 2017

Moça

Verão, a estação que ele mais gostava. Férias, o período que tanto desejava.

Pegou seu carro sexta a noite e desceu até o litoral. Acostumou-se a fazer aquele caminho acompanhado da família desde que tinha 8 anos. Hoje estava só, os pais estavam cansados e não quiseram ir, então foi curtir suas férias, seus dias de descanso sozinho.

Eram umas 19h quando chegou na baixada. Descarregou o carro, viu se estava tudo bem na casa, pegou umas coisas e saiu para a praia. Colocou sua bermuda preta e cinza, uma camiseta, toalha, garrafa de água e amarrou sua prancha - companheira de anos, no carro e partiu.

O caminho da casa até o mar devia dar uns quinze minutos, mas se sentia um pré adolescente, a praia não chegava nunca e o coração acelerava a cada metro. Ansiava por aquilo, era praticamente um caiçara, a água salgada corria nas veias; precisava fazer aquele ritual de conexão com a natureza, mergulhar de cabeça para o ano começar de vez.

Mesmo a noite o calor ainda dominava. Na areia analisou o mar, via poucas pessoas por ali. Uns perdidos corriam no calçadão para ir embora, outros limpavam a areia da roupa e partiam, todos saindo, menos ela. Ela chegou caminhando hipnotizada pelo mar, pisava na areia como se flutuasse, mesmo parecendo ter o peso do mundo nas costas, andava devagar, focada no mar a sua frente. Sentou e afundou o corpo na areia fofa. Ele a observava enquanto passava parafina na prancha - será que algo aconteceu com ela?

Largou suas coisas ali num cantinho e correu em direção ao mar. Precisava ir com tudo, assim não sentiria se a água estivesse gelada, porém com um dia de calor como aquele, a temperatura estava uma delícia, morna. Depois de um mergulho, subiu de volta a superfície, respirou fundo e pensou: o trânsito até ali tinha valido a pena. Agarrou a prancha com um braço e com o outro começou a nadar até um local em que pudesse esperar uma onda. O mar estava bom, tinha apenas que esperar o momento perfeito. Sentou na prancha: era agora! Deu meia volta batendo os pés na água e nadou um pouco, esperou e conseguiu pegar sua primeira onda da temporada.

Pegou umas outras, perdeu algumas, levou um caldo, em resumo foi uma ótima noite para abrir o verão do surfista,

Agarrou sua companheira embaixo do braço e foi caminhando até a areia. Sentiu todos os milhares de grãos de areia grudando e machucando seu pé. Fincou a prancha num montinho de areia, tirou a camiseta encharcada e colocou na ponta da mesma. Pegou uma toalha e tirou o excesso de água do corpo e do cabelo. A moça havia olhado para ele algumas vezes, então puxo assunto:

- Vai entrar? - perguntou o rapaz se aproximando.

- Não! Deve estar gelada...

- Tá nada! Está quentinha, calmo e tem poucas pessoas.

- Eu não sei nadar... Nem no quente, nem no frio... Gosto de sentar na areia, observar as pessoas e o lugar.

- Você analisa as pessoas então?
- perguntou o rapaz desconfiado, lembrando dos olhares dela de antes.

- Gosto de olhar - respondeu a moça - Reparar nos detalhes, na postura, no gestos, na paisagem, em tudo. É a primeira vez que venho nesta praia, então quero guardar tudo.

- Então vem comigo que vou te levar num lugar para você curtir mais a paisagem
.
Ela era tímida, reservada, mas ainda sentia que algo a incomodava, por isso decidiu levá-la no seu canto preferido da praia, para que ela pudesse relaxar e observar a paisagem. Andaram pela areia branca e fofa, depois a beira mar, na areia mais dura. A garota usava uma regata branca com um biquíni rosa por baixo, um mini shorts de algum tecido preto maleável; estava com um mochila pequena e com as sandálias na mão. Ele andava ao lado com sua prancha e as outras coisas que trazia; ele reparava que ela perdia um pouco da conversa enquanto encarava a prancha - até pensou em deixá-la segurar um pouco.

Apesar da noite a lua cheia iluminava o caminho deles, as estrelas no céu anunciavam que no dia seguinte faria mais calor - essa foi a teoria que ele disse que o avô contava, sempre acreditava, sempre deu certo. O caminho de onde estavam na areia até o topo das pedras devia dar uns vinte minutos, que foi recheado por histórias dele e da família. Como no dia que ele resolveu ir só de bermuda para o mar sem nada por baixo, a onda veio e deixou a vergonha dele para fora e seus 12 anos nunca mais foram os mesmos, nunca esqueceu da cena, nem da bronca da mãe.

Chegaram nas pedras que dividiam as praias. Ofereceu ajuda a garota que aceitou - a mão dela estava gelada, seria normal, ou estava com medo dele? Foram subindo passo por passo, pedra por pedra, história por história. O sorriso dela surgia a toda aventura que o jovem contava, sentia-se cada vez mais segura quando dava a mão para ele ajudá-la.

- Cuidado que aqui é um pouco escorregadio, já até cai ali, e fiquei com cicatriz no joelho, mas eu te ajudo. Vem! - disse o rapaz estendendo a mão.

Sentaram na pedra mais alta e puderam ver todas as praias. Viam o horizonte azul do mar se mesclando com o negro da noite. Atrás deles, o calçadão com alguns ciclistas, prédios iluminados e quiosques fechados. E lá de cima um silêncio, uma paz, algo estranho que ele não conseguia entender, parecia que conhecia aquela moça há tempos.

Colocou a mão sobre o ombro dela que a fez pular de susto saindo do transe em que se encontrava. Ele riu e pediu desculpas, e nesse momento, os olhos castanhos dele se encontraram com os dela. A mão saiu do ombro e foi descendo até as costas causando um arrepio por onde passavam, vértebra por vértebra, centímetro por centímetro, até chegar na cintura, onde ele pousou a mão quente. Puxou a garota mais para perto e o sentimento pré adolescente voltou junto com coração acelerado.

Os lábios se encontraram como o mar raso em destino a areia, leve, tranquilo e não muito molhado. O beijo evoluía como as ondas, ia crescendo, ficando forte, envolvente até se tornar um oceano de profundidade e entrega. Ali não dava mais pé para eles nadarem.

O rapaz ficou de pé e ajudou a moça a fazer o mesmo. Desceram o morro pelo lado oposto do que vieram. Chegaram na outra praia deserta e escura. Permaneceram perto das pedras onde nem a luz da lua incomodava. Ele deitou a prancha no chão, tirou a camiseta que havia colocado depois de secar o corpo, e deitou em cima da mesma. Deu a mão para a moça e ajudou ela a deitar em cima da roupa dele.

Ele se ajoelhou ao lado e começou a fazer massagem na moça. Começou no rosto, tocando a pele com a ponta dos dedos, ela enlouqueceu quando ele passou os dedos em seu lábio lhe causando choque. As mãos desceram pelo pescoço, alisaram os ombros e caíram nos seios. O rapaz não tinha pressa, sabia o que fazia e ia devagar conquistando e dominando cada pedaço do corpo dela. Os dedos percorreram a barriga, dançaram no umbigo e fizeram festa no elástico do shorts; um engraçadinho se perdia e acabava encostando na parte debaixo do biquíni.

Ela ria de nervoso, de feliz, mas os dedos não pararam. Passaram a virilha, deslizaram na coxa, atravessaram o joelho, caminharam no final da perna até chegar nos pés. Eles receberam um tratamento especial e uma massagem mais relaxante, com toques delicados e até uns apertões um pouco mais forte.

Terminado o trabalho ali embaixo, ele resolveu subir de forma diferente e ao invés de tocá-la com a ponta dos dedos, foi beijando cada centímetro dela, daquele percurso que já conhecia.

Seus lábios caminharam pela perna, atravessaram o joelho, deslizaram felizes pela coxa e fizeram uma pausa estratégica na virilha que fez a moça se contorcer na prancha enquanto ele alternava os lábios com sua língua.

Língua essa que também brincou com o elástico do shorts embaixo do umbigo dela.

A barriga foi beijada, mordida e lambida, assim como os seios. Chegando no pescoço, o rapaz subiu seu corpo magro e cheiro de areia em cima da moça. Os lábios se encontraram novamente, as ondas ressurgiram, mas desta vez tinham espaço para nadar e ser livre.

Ela escorregou para fora da prancha, deitando na areia, o corpo em cima dela fez o mesmo. Os lábios não se desconectaram. As mãos da garota se engancharam no cabelo cacheado dele, depois se perderam em suas costas largas e lisas. Seus dedos deslizaram pela espinha até chegar no shorts preto e azul. Ela não resistiu e deu um belo apertão na bunda do garoto.

Não era só o beijo que continuava numa crescente, ela sentia outras coisas também.

As mãos dele coladas na cintura da moça foram subindo e levando a blusa branca dela junto. No segundo seguinte o nó do biquíni era desfeito e pele suada deles se grudaram mais.

Ela voltou a beslicar a bunda do rapaz e aproveitou para tirar a bermuda - ele não aprendia, tinha ido sem cueca de novo. Ela caiu na gargalhada ao lembrar da história dele, que comentou que desta vez não estava passando vergonha.

Ele beijou novamente os seios sem biquíni dá moça, agora nada mais o atrapalhava, desceu até a barriga para tirar o shorts dela. O biquíni? Ele não tirou, só empurrou para o lado.

Os corpos voltaram a se grudar, a se espalhar e num movimento quase coreografado se uniram, se conectaram. Ele se inspirava e se movimentava como as ondas e ia e vinha em cima do corpo dela, às vezes mais devagar, às vezes mais forte.
A luz da lua não os encontrava, a sombra da pedra os protegia. A brisa refrescava o casal que era embalado pelo som do mar.

A moça não estava mais gelada, estava quente e suada. Suas unhas arranhavam as costas dele, ela mordia os lábios e se deixava perder naquelas sensações. Sentia um oceano dentro de si, ondas de calor se espalharam pelo seu corpo começando no ventre. A cada movimento dele, as ondas aumentavam até dominar o corpo todo e ela não aguentar mais e se contorcer de prazer.

O sorriso satisfeito no rosto dele a encantou, ele estava feliz por fazê-la conhecer a fundo aquela praia e todo o resto.

O oceano dentro dele se agitou, as ondas aumentaram também, iam e vinham, quebravam forte na praia, até explodirem nas pedras e ele deitar satisfeito sob o corpo dela.

O casal permaneceu ali deitados, suados com areia colada no corpo e com um sorriso enorme no rosto. A ciência explica, lua cheia é sinal de maré alta e sentimentos incontroláveis.

07 fevereiro 2017

Surfista

Sábado a noite estava sentada na areia da praia do Guarujá. Lua cheia no céu iluminava a paisagem, o som do mar indo e vindo como ioiô completava o que via. Ela foi transportada para outro lugar. Era daquilo que precisava, de paz, para recarregar a energia. Sentia que pertencia ali. Sentia seu corpo afundando cada vez mais na areia enquanto relaxava.

Algumas pessoas ainda estavam na praia, umas andavam na areia, outras nadavam - depois do calor feito aquele dia, a água parecia estar bem quentinha. No meio do mar, viu um rapaz surfando - maluco.

Ele saiu da água segurando sua prancha e foi em direção a uma toalha e outras coisas que estavam ali perto. Usava uma bermuda azul com detalhes em cinza e uma camiseta preta que foi tirada ao chegar na areia. Era alto, magrelo, sarado e mais tarde perceberia que o cabelo molhado daria espaço para cachinhos.

Fincou a prancha de pé num montinho de areia, pegou uma toalha, se secou e sorriu para a moça que o observava.

- Vai entrar? - perguntou o rapaz se aproximando.

- Não! Deve estar gelada...

- Tá nada! Está quentinha, calmo e tem poucas pessoas.

- Eu não sei nadar... Nem no quente, nem no frio... Gosto de sentar na areia, observar as pessoas e o lugar.

- Você analisa as pessoas então? - perguntou o rapaz desconfiado.

- Gosto de olhar - respondeu a moça - Reparar nos detalhes, na postura, no gestos, na paisagem, em tudo. É a primeira vez que venho nesta praia, então quero guardar tudo.

- Então vem comigo que vou te levar num lugar para você curtir mais a paisagem.

Ela ficou um pouco desconfiada, mas topou mesmo assim. Precisava tirar mil coisas da cabeça, uma conversa seria bem vinda para se distrair. Ele parecia ser mais novo que ela, tinha cara de bom moço, às vezes nosso sexto sentido acerta. Foi com ele, mas com um pouco de receio.

 Andaram pela areia branca e fofa da praia. Caminharam a beira mar; ela já descalça segurando sua bolsa e sandália nas mãos. Ele andava ao lado com sua prancha. Ela nunca esteve perto de uma, sabia que era grande, mas não imaginava que era tanto, e às vezes perdia o que o rapaz falava de tanto observar a mesma.

Observava também as costas largas do surfista, seriam anos de natação? Seu trapézio era bem definido assim como seu peito, era sarado, algo natural, não estilo monstro de academia. Tinha os braços largos, como seria ganhar um abraço dele?

Depois de uns 20 minutos conversando, chegaram no limite da praia onde estavam, as pedras os separavam da praia vizinha. 

- Cuidado que é um pouco escorregadio, mas eu te ajudo. - disse o rapaz estendendo a mão.

Subiram com calma, devagar, passo por passo, pedra por pedra até chegarem no topo do morro. Lá do alto tinham a vista de toda a praia, do horizonte azul do mar calmo e do negro da noite. Atrás deles, o calçadão com alguns ciclistas, prédios iluminados e quiosques fechados.

Lá de cima o rapaz disse que subia ali desde os 8 anos, que o pai incentivava e a mãe surtava. A família tem casa por ali, todo ano descem para o litoral e tiram uma foto dele em cima das pedras, esse tipo de coisa para dar orgulho para avó, ver quanto o neto cresceu. Ela ria ouvindo as aventuras que ele contava sobre cada pedaço daquela praia, e cada novo causo, ela relaxava mais e confiava nele.

Era noite, ainda fazia calor, porém a brisa dava um refresco. Ela fechou os olhos respirou fundo e sentiu aquilo que precisava: paz. Permaneceu em silêncio por alguns segundos e só abriu os olhos, quando ouviu:

- Eu também analiso as pessoas, e percebi que era isso que você precisava desde o momento que sentou na areia, antes de pegar minha primeira onda. - falando isso ele colocou a mão no ombro dela e começou uma massagem.

As mãos quentes e fortes dele tiraram toda tensão que ela carregava nas costas. Como ele sabia?

- Você precisa mesmo de uma massagem, e completa. Está muito tensa... Vem comigo!

Desceram as pedras pelo outro lado, para a outra praia mais escura e deserta. Ele foi na frente, e ela apoiava no ombro dele enquanto descia. Ficaram ali no cantinho, próximo as pedras, escondidos até da luz do luar.

Ele colocou a prancha no chão e pediu que ela deitasse de bruços em cima da mesma.

Começou massageando a cabeça dela bem topo com a ponta dos dedos, foi descendo até a nuca tocando espinha com os polegares, enquanto os outros dedos circulavam o pescoço descendo um pouco até o colo. O nó do biquíni dela atrapalhava, mas ele desviava os dedos. Com a palma da mão apertava as omoplatas, as pontas dos dedos agora percorriam a espinha inteira descendo e subindo. Massageou as costas devagar, desceu até a cintura causando um arrepio de leve. As mãos próximas ao cóccix foram descendo, passando pela prancha, para perto de umbigo, ele pressionou a barriga e a levantou, a transportando para longe dali. 

Ele estava sentado ao lado da moça, cruzou uma perna por cima e ficou entre as pernas dela.

As mãos desceram pelo culote e apalparam a parte interna da coxa, adentraram por dentro do mini shorts que usava. O toque quente dele fez a pele da moça ferver.

Os dedos dele entraram por baixo do shorts, um por um foram entrando até chegar ao bumbum. Ele massageava e apertava, os polegares foram descendo o topo daquele morro e chegaram no lugar mais úmido do corpo dela.

Como uma onda do mar, sentiu dentro dela um calor indo e vindo. O calor era crescente, aumentava a cada segundo. Os dedos escorregaram mais para dentro e ela se contorceu de prazer, mordendo os lábios deitada na prancha. Agarrada a areia, ela pediu que ele fosse mais forte, mais rápido e com aquilo fez uma onda de calor estourar nas pedras e na prancha, que a fez escorregar no liso e deitar na areia.

- Relaxou? - perguntou o menino.

Ela se virou sorrindo, balançou a cabeça dizendo que sim.